quinta-feira, 18 de março de 2010

Me sinto melhor

É engraçado como não conseguimos dissociar a música da imagem. Geralmente numa primeira audição de alguma música ou banda, inconscientemente a associamos a algum gênero. A definição de um gênero não se dá apenas pela sonoridade, mas principalmente pela imagem (modo de se vestir, fotos, encarte do album, videoclipe, etc). Vemos esse exemplo principalmente na música pop, onde mestres, como Michael Jackson, nos mostraram o poder da imagem com videoclipes cinematográficos e figurinos únicos. Um bom exemplo atual que usufrui desses mesmos mecanismos é a Lady Gaga, a diferença é que esta não tem a mesma qualidade musical daquele.

É interessante quando músicas transcendem esse clichê deixando quem está ouvindo confuso com a dissociação, afinal uma banda de Rock tem que soar Rock e ter seu visual Rock, o Sambista tem que soar sambista...e assim por diante.

Ouvindo o novo cd da banda Hot Chip, deparei-me com uma música que achei extremamente pop (e isso não é uma critica pejorativa, pois adorei) e, instantaneamente, pensei que um ouvinte desavisado, ao ouvir aquela música, logo a classificaria como pop comercial sem fazer esforço para perceber a qualidade da mesma. Passei a gostar mais ainda dela, afinal música boa é música boa (como diria Jardel: "Clássico é clássico e vice-versa"), não importando a qual gênero pertença.

Hoje assisti ao videoclipe dela e me sinto melhor ao ver que todas as minhas divagações tinham fundamento. Eles brincam com a imagem hiper-pop que a musica inconscientemente carrega e destroem os clichês que a indústria consolida, afirmando a máxima de que "nem tudo que reluz é ouro". Tudo isso com um senso de humor que poucos têm, pois, no final, todos são destruídos.


Obs.: olhem os comentários no youtube, a confusão é inevitável


Lucas Gandini

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