Parafraseio a máxima de
que recordar é viver, para esmiuçar a ideia de documentar o célebre moleque, cria
da Zona Norte paulistana.
O ano era 2009 e o artista
Emicida, se fosse o caso de ser citado por algum veículo cultural, teria o seu
nome precedido pelos substantivos ‘revelação’ ou ‘promessa’.
Célebre
dentro do universo do hip hop, onde tornou-se lenda como o exterminador de MCs
nas Rinhas de Freestyle , Leandro Roque de Oliveira ainda não tinha sido
digerido pela cadeia evolutiva da cultura pop. Mesmo dentro do jornalismo
musical, a menção ao seu dom de raciocínio rápido para criar rimas e improviso,
ainda não era o fato consumado de hoje em dia.
Um edital público do MINC,
direcionado aos jovens de cultura periférica, tinha como tema chave a categoria
‘Cultura e Transformação Social’, sob a alcunha ‘Nós Na Tela’.
O projeto sugeria um olhar
para dentro do seu próprio meio;
uma auto representação,
defendida no modo ‘nós falamos de nós para vocês’
(ler Bill Nichols, em seu
fundamental (!) Introdução ao
documentário).
“curto as produça caseira,
não as de qualquer jeito;
não sei porque assimilaram
o underground ao mal feito”
A chamada foi a seta para
a investigar o rapper e o seu método de compartilhar ideias.
Nascia o projeto
‘Disseminando ideias e Influenciando Pessoas’.
Se desse certo, seriamos
seus mestres de cerimônia, destrinchando a lógica de criação, produção e
distribuição de suas mixtapes (vendidas a R$2,00)
Em paralelo, um ator
personifica os gurus de marketing e toda a verborragia dos manuais de sucesso
instantâneo.
Do roteiro à realização é
outra história. Cada etapa, uma fase.
Prestes a divulgar o
documentário via redes sociais, é hora de fazer um retrocesso e relembrar a primeira
reunião para apresentar o projeto do documentário, sob a escadaria da universidade
Cásper Libero (no coração do caos da Av. Paulista).
De lá pra cá, os
substantivos que precedem o seu nome o tratam como uma unanimidade e a promessa tornou-se certeza. Disseminou-se em todo o país e agora faz
eco no estrangeiro.
Nós, os realizadores
também mudamos.
O projeto ‘Disseminando
Ideias...’ fortaleceu a intenção do nosso coletivo audiovisual.
Vencemos a barreira do
nosso primeiro edital público.
Ainda era por amor; mas
com contrato e CNPJ.
É importante ressaltar que
trabalhamos com e entre os nossos amigos; e isso é muito!
Quase três anos se
passaram e ainda acreditamos no método colaborativo como força motora.
DENISON
CARNEIRO
produtor
e roteirista do curta documentário
‘Disseminando
Idéias e Influenciando Pessoas’
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